sexta-feira, 19 de abril de 2013


A odisseia.


           

LIVRO XII




Do rio Oceano ao pélago saímos,
Donde o Sol nasce e os coros são da Aurora,
E na praia da Eéia, a nau varando,
À espera que alvoreça, adormecemos.
5 Da manhã mal assoma a rósea filha,
De Elpenor o cadáver buscar mando:
Num teso litoral cortam-se troncos,
Em pranto o corpo e as armas lhe queimamos;
Túmulo erguido e uma coluna em cima,
10 No alto sepulcro se lhe fixa o remo.
Durante os funerais, Circe, que do Orco
Nos sabia de volta, apressurou-se
Com servas, que trouxeram pães e carnes
E roxo ardente vinho: “Ó tristes, clama,
15 Tendes, vivos calando ao fundo abismo,
Dupla morte, e os mais homens têm só uma.
Comei, bebei de dia, e na arraiada
Navegai; vossa rota, e em mar e em terra
Como eviteis o dano, hei de ensinar-vos.”
20     Persuadiu nosso peito. Em pingue bodo
Libanos; e, ao crepúsculo da tarde,
Sobre amarras dormindo a marinhagem,
Circe me toma a destra, a par se encosta,
Pergunta-me de parte; eu por miúdo.




Trecho inicial do Livro XII

Tradução de Manoel Odorico Mendes.

PDF em: 

http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/odisseiap.html



Nenhum comentário:

Postar um comentário