quinta-feira, 18 de abril de 2013




Manhã de inverno.



Há frio e sol: que manhã linda! Tu, meu primor, dormes ainda. É tempo, ó bela, de acordar. Desvenda o olhar que o torpor cerra, Encara a aurora sobre a terra Qual fosses novo astro polar! À noite, neve e tempestade Houve e, no céu, névoa, verdade?A mancha lívida do luar Nos nimbos era amarelada. Tristonha estavas e sentada; E ora... à janela vem olhar: Ao claro azul do céu que esplende, Tapete raro que se estende, A neve jaz a fulgurar; O bosque, só, sobressai, preto; Verdeja, sob a geada, o abeto; Sob gelo, eis a água a lucilar. Faz-se ambarino o quarto inteiro. Vem estalido prazenteiro Do recém-aceso fogão.Meditar perto dele é grato. Mas dize: queres que, neste ato,A poldra parda atrele, não?A deslizar na neve, amada, Dar-nos-emos à galopada Do equino e sua agitação. Iremos ver os nus e imensos Campos, faz pouco inda tão densos, E a praia de minha afeição.



Alexander Púchkin

Tradução de José Casado


Abaixo, o Link com o trabalho elaborado por Mariana Pithon
Nathalia Campos, uma reunião maravilhosa de poemas russos.






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